ALIMENTAÇÃO E SEUS IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE

Não é uma novidade a discussão existente sobre os impactos negativos ao meio ambiente promovido pela nossa forma de se alimentar, mas talvez não seja do entendimento de todos que cada ação individual contribui e muito para isso. Obviamente é urgente que políticas públicas e estratégias sejam tomadas para que seja possível mudanças nos padrões insustentáveis de consumo, a fim de preservar o meio ambiente.

TÁ, E COMO EU INDIVIDUALMENTE POSSO AJUDAR?????

Através da nossa ALIMENTAÇÃO!!!!!!!

Os impactos ambientais da atividade humana estão intimamente relacionados com nossos hábitos de consumo, principalmente nossos hábitos alimentares. Somos 7 bilhões de seres humanos, mas todos os anos criamos e abatemos mais de 70 bilhões de animais terrestres e uma quantidade muito maior de animais aquáticos para nosso consumo.

A produção de alimentos é responsável por até 30% das emissões globais de gases de efeito estufa e essas emissões de gases, por sua vez, contribuem para o aquecimento do planeta.

Somente no Brasil, são quase 6 bilhões de animais terrestres abatidos por ano. Cada um desses animais precisa de determinada quantidade de terra, água, alimento e energia, produz quantidade expressiva de dejetos e emite, direta e indiretamente, poluentes que serão dispersados pelo solo, ar e água.

Além disso, a criação de animais para consumo é um sistema extremamente ineficiente de produção de alimentos: em média, para alimentar os animais criados para consumo são usadas aproximadamente 10 vezes mais calorias do que as contidas em sua carne.

A redução global do consumo de alimentos de origem animal representa, assim, uma das soluções mais promissoras para a preservação do ambiente e a garantia da segurança alimentar para as futuras gerações. Estima-se que sem a necessidade de criar e alimentar animais, poderíamos aumentar em cerca de 50% a quantidade de calorias disponíveis para consumo produzidas em terras agrícolas já existentes,
e obter o suficiente para alimentar mais 3,5 bilhões de pessoas no planeta.

Vale ressaltar que as causas para fome e desnutrição no mundo são várias e a mudança na forma de se alimentar não vai garantir que esses alimentos cheguem aos que precisam do alimento, pois isso envolve questões políticas e econômicas relacionadas ao sistema de distribuição de alimentos. Entretanto, é indiscutível que a substituição dos produtos de origem animal por alimentos nutricionalmente equivalentes de origem vegetal, para mitigar as crises ambientais é EFICIENTE E NECESSÁRIA.

Fazendo necessário citar Caneloi (2010, p.1763) apud Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1991, p.10) a fim de lembrar que:

“O desenvolvimento sustentável não é um estado permanente de harmonia, mas um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, a orientação dos investimentos, os rumos do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão de acordo com as necessidades atuais e futuras. (…) Assim, em última análise, o desenvolvimento sustentável depende do empenho político.”

O mundo produz hoje alimento suficiente para toda a população; no entanto, boa parte dessa
produção é distribuída de forma desigual, e cerca de 30% são desperdiçados.

Bom, DESPERDÍCIO já é assunto para outro texto!!!!!!

Referências:

CANELOI, Tathyana Pelatieri. Reciclagem, Desenvolvimento Sustentável e ICMSIn: Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI (Fortaleza/CE).  Florianópolis: Fundação Boiteux, 2010.

COSTA, Lucio Augusto Villela da e IGNÁCIO, Rozane Pereira, Relações de Consumo x Meio Ambiente: Em busca do Desenvolvimento Sustentável. In Âmbito jurídico, dezembro de 2011 (internet). Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/relacoes-de-consumo-x-meio-ambiente-em-busca-do-desenvolvimento-sustentavel/.

FAO, IFAD and WFP. 2013. The State of Food Insecurity in the World. The multiple dimensions of food security. Roma, FAO.

Food and Agriculture Organization, Statistics Division (FAOSTAT). 2013. Live
stock Primary data. Disponível: http://faostat3.fao.org.

Nellemann C, MacDevette M, Manders T, Eickhout B, Svihus B, Prins AG, Kaltenborn BP (Eds). 2009. The environmental food crisis – The environment’s role in averting future food crises. A UNEP rapid response assessment. United Nations Environment Programme, GRID-Arendal, www.grida.no. Disponível
em: http://www.grida.no/files/publications/FoodCrisis_lores.pdf.